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terça-feira, 29 de março de 2016

{RESENHA} E Não Sobrou Nenhum - Agatha Christie

Publicado anteriormente sob o título "O Caso dos Dez Negrinho" este é mais um dos surpreendentes romances policiais de Agatha Christie. Diga-se de passagem, é a escritora que faz parte do meu Top 5 de favoritos.

A julgar pelo nome do livro, supus que a trama resumia-se em uma tentativa de assassinato infortuna, uma vez que não sobrou nenhum... ou seja, o autor dos crimes matou-se por engano. O resumo na contra-capa trazia a frase "A morte era - para as outras pessoas..." o que reforçou minhas suspeitas. Mas estava enganada, afinal Agatha Christie não é considerada a mais famosa autora de romances policiais do mundo, por acaso. 

Foto: Vanessa Garcia

Dez pessoas são convidadas a passar uma semana de descanso em uma ilha particular denominada A Ilha do Soldado. Esse grupo é formado por pessoas muito diferentes entre si, além de não se conhecerem. Todos são convidados pelo misterioso Sr. U. N. Owen através de cartas.

Chegando na ilha, descobriram que ninguém ali havia encontrado com o tal Sr. Owen antes. Incluindo os empregados, que haviam sido contratados por carta a apenas alguns dias e recebiam pagamentos generosos. O mistério aumenta quando recebem a noticia de que o anfitrião não chegará a tempo de recepcioná-los. Perceba que a escritora faz um trocadilho com a palavra Unknown, que em inglês significa desconhecido

O primeiro momento de tensão se dá quando, após o jantar, um gramofone começa a tocar, cujo áudio acusa os presentes de terem cometido assassinatos no passado. Todos ficam alvoroçados e começam a se explicar, negando as acusações. Apenas um deles admite o fato. Nesse momento ocorre a primeira morte.

Em um primeiro momento todos acreditam se tratar de um suicídio, até ocorrer outra morte. Então, se dão conta que as mortes seguem um poema infantil, emoldurado em cada um dos quartos dos hóspedes no qual os soldadinhos vão se extinguindo até não sobrar nenhum.

O desespero começa a tomar conta dos hóspedes e a pressão aumenta a cada baixa. Vasculham a ilha a fim de encontrar o assassino. Não há onde se esconder! Chegam a conclusão que o assassino é um deles, dando origem a uma série de desconfiança e acusações. Para piorar chega uma tempestade, isolando-os completamente na ilha.

Mais tarde descobre-se que o Sr. Owen espalhou o boato pelo vilarejo de Sticklehaven que trata-se de uma aposta e que os moradores não devem atender aos pedidos de socorro. Um dos empregados, que achou tudo muito estranho, desobedece a ordem e sobe até a ilha assim que passa a tempestade.  Porém, já é tarde demais...

O assassino escreve sua confissão, tranca em uma garrafa lançando-a ao mar. Finalmente o mistério é esclarecido quando o documento chega às mãos da Scotland Yard.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Amei o livro (sou suspeita pois adoro romances policiais no estilo Sherlock Holmes). Achei o final surpreendente, como todos os livros da Agatha Christie que li. Não contarei quem é o autor dos crimes e confesso que não desconfiei da pessoa em momento algum. O livro ainda trás questionamentos que nos possibilitam interagir com a trama e captar as ocasiões cujo assassino se revela através de seu comportamento suspeito.

terça-feira, 22 de março de 2016

{RESENHA} O Caso do Hotel Bertram - Agatha Christie

O Hotel Bertram fica em uma tranquila rua de Londres e existe há muito tempo. Passou por uma boa reforma após o fim da guerra e mesmo suas instalações sendo modestas é um local confortável e caro para se hospedar. Desde sempre, é frequentado pelos mais altos escalões do clero, por duquesas, por barões, sendo muitos destes, aristocratas falidos.

Foto: Lu Garcia

Quando Miss Marple decide hospedar-se no Bertram, seu objetivo é apenas reviver os bons momentos que passou lá em sua juventude. No entanto, a velha senhora simpática de St. Mary Mead acaba envolvendo-se em uma rede de intrigas, crimes e roubos misteriosos que podem manchar a reputação do renomado hotel.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Esse foi o primeiro livro com Miss Marple que li! Ela é uma das personagens mais importantes criadas por Agatha Christie como o famoso detetive Hercule Poirot e o casal Tommy e Tuppence Beresford. Não canso de repetir que Agatha é uma das minhas escritoras favoritas, e com razão, pois mais uma vez ela deixa impresso seu brilhantismo e competência nesta obra.

É incrível o modo como ela apresenta cada personagem ao leitor, a tranquilidade em defini-los aos poucos de modo que consigamos enxergar parte da essência de cada um deles. Os mistérios vão aumentando e diminuindo com o passar das páginas, como, a falta de cuidado e atenção do Cônego que acaba se confundindo e vendo o que não devia, seu posterior sumiço repentino, as trocas de placas feitas a todo momento, um famoso piloto de corridas estilo "bad boy", uma jovem aristocrata próxima de receber uma bela herança, uma mulher conhecida no país todo por suas façanhas, e claro, a esperta e sempre observadora Miss Marple.

Mentalmente me perguntava qual era a relação de todos esses fatos com o magnifico Bertram... Você também ficaria boquiaberto!

domingo, 20 de março de 2016

{RESENHA} Cai o Pano - Agatha Christie

Hastings, já viúvo e pai de quatro filhos, viaja outra vez para Styles, agora a pedido do velho companheiro Hercule Poirot. Eles não se viam há quase um ano. O capitão sente-se nostálgico observando, pela segunda vez, a mesma paisagem que observara tantos anos atrás quando fora a Essex recuperar-se dos ferimentos adquiridos durante a guerra. Naquela época, não poderia imaginar que se envolveria na investigação de um crime ao lado de um detetive tão excêntrico como Poirot. Aquela fora a primeira aventura de muitas que ainda viveriam.

Clique aqui para ver O Misterioso Caso de Styles.

Styles não pertencia mais aos Cavendish, John já havia falecido e a mansão fora transformada em um hotel, estava mais moderna do que Hastings se lembrava. As coisas não eram mais as mesmas, tudo havia mudado. Mas algo permanecia igual: ele estava indo a Styles encontrar Poirot.

Foto: Lu Garcia

Com pesar, o capitão percebe que as mudanças não ocorreram somente ao seu redor, mas também no físico do melhor amigo e companheiro cujo entrevado pela artrite está em uma cadeira de rodas. Poirot explica a Hastings os reais motivos pelos quais chamou-o até a mansão: está perseguindo um assassino e quer sair outra vez em uma nova caçada, mas para isso precisa que o capitão seja seus olhos e ouvidos dentro de Styles. O detetive já sabe qual dos hospedes é o criminoso mas por motivos de segurança decide não compartilhar essa informação com o amigo. Essa descoberta poderá colocar a vida de ambos em perigo e Poirot precisará tomar uma atitude que vai contra os seus princípios...

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Este é o último crime resolvido por Poirot o qual, não por acaso, tem como cenário a velha mansão Styles, onde o detetive desvendou seu primeiro mistério junto a Hastings  (e fora apresentado aos leitores). Embora a maioria dos livros de Agatha Christie sejam repletos de assassinatos e contravenções, nunca me senti mal por suas vítimas, até porque elas não eram, em geral, pessoas de boa índole e caráter. Desta vez foi diferente, esta obra me deixou muito triste. Não conseguia acreditar no que estava lendo. Com certeza os amantes das aventuras de Hercule Poirot também se sentirão assim, mas tem coisas na vida que são inevitáveis,mesmo que, de certa forma, sejam  injustas...

{RESENHA} Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie

Poirot embarca no Orient Express em uma viagem de três dias cujo trem deveria estar praticamente vazio naquela época do ano, mas é surpreendido pela notícia de que há apenas um leito disponível. Parece que todo mundo havia decidido viajar naquela noite.

Durante o trajeto, um homem aborda o detetive querendo contratar seus serviços oferecendo-lhe uma boa soma em dinheiro para que resolva seus problemas, alegando estar correndo risco de vida. Mas Hercule Poirot rejeita o caso. No meio da noite há uma forte nevasca e o trem é obrigado a parar. Quando o dia amanhece, a maioria dos passageiros já está reunida no carro-restaurante para o desjejum, todos conversam sobre as implicações daquela parada inesperada em seus compromissos.

Foto: Lu Garcia

Naquela mesma manhã, Poirot é informado de que o homem que outrora tentara contratar seus serviços fora encontrado morto dentro de sua cabina. A porta estava chaveada e trancada por dentro com uma corrente e precisou ser arrombada. A janela de seu leito estava aberta dando a entender que o assassino fugira por ali, mas não havia rastros na neve, de modo que esse fato fora considerado um truque. Desde a tempestade ninguém deixou o trem, isso significa que o assassino está entre os passageiros.

Um suicídio é descartado, já que o corpo apresenta cerca de dez ou quinze ferimentos à faca. Sem mencionar que alguns deles apresentam sangramento enquanto outros, embora profundos, não apresentam, sinalizando a ocorrência pós-mortem. Mas porque alguém continuaria esfaqueando sua vítima após a morte? O que teria despertado tamanha brutalidade?

Bilhetes com ameaças são encontrado nos pertences do morto. E o mais curioso é que eles foram escritos por duas pessoas ou mais, tendo cada uma escrito uma letra ou palavra. Outro fato é que alguns golpes foram desferidos com a mão direita e outros com a esquerda, indicando dois assassinos.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Uma das coisas que desejo fazer na vida é uma viagem de trem, acho a ideia surreal! Agora imagine estar dentro de um, tranquilão, esperando o destino final e de repente uma nevasca obriga o transporte a parar e esperar que o tempo melhore. Pior, alguém é assassinado dentro do trem! E pode ser qualquer um dos passageiros! Assustador, não? Pois é isso que essa trama oferece ao leitor: muito suspense e a possibilidade de investigar junto com Poirot. Muitas pistas falsas são colocadas no caminho do detetive com o intuito de confundi-lo e de afastá-lo da verdade. Os depoimentos de todos os presentes é recolhido e, junto com eles, muitas mentiras...

sábado, 19 de março de 2016

{RESENHA} O Natal de Poirot - Agatha Christie

Simeon Lee, um velho magricela e encarquilhado, decide reunir toda a sua família para uma confraternização de Natal. Provavelmente, sua intenção não é celebrar a paz, pois esse será um encontro entre irmãos ressentidos que ficarão frente a frente após tantos anos.

Alfred e a mulher, Lydia, moram juntos com Simeon. Este é o filho mais dedicado e submisso ao pai. Obedece e acata, sem questionar ou se opor, a toda e qualquer decisão do velho, que desde sempre o manipula e controla. Lydia é contraria a essa devoção do marido a um pai que vive humilhando-o e que não o valoriza. Ela detesta o sogro. Na verdade, até o velho não aprova essa atitude do filho, considera-o sem brios e acomodado. O casal leva uma vida confortável na rica mansão.

David guarda muitas mágoas e rancores do pai, atribui a ele a culpa pela morte da amada mãe. Rebelou-se e saiu de casa para seguir com sua vida longe daquele lugar infame e daquele homem tirano. Fora para Londres estudar pintura, mesmo com as ameaças do velho avisando-o que o deserdaria caso seguisse essa profissão idiota. Esse é o filho que leva uma vida mais modesta. Na opinião do velho Simeon, este é um tolo, o filhinho da mamãe, um sonhador.

Foto: Lu Garcia

George é membro do parlamento, sovina, pensa só em dinheiro. Quer logo aceitar o convide do pai para passar o Natal em Gorston Hall, assim economizará na ceia dos criados. Sua esposa, vinte anos mais jovem, odiou a ideia. Para o pai, George não passa de um chato, um falastrão sem cérebro.

Harry roubou uma boa quantia dos negócios da família para conhecer o mundo há muitos anos atrás. Não é motivo de orgulho para os irmãos. Mas para o pai é o melhor dos filhos, embora errado é o único que tem vida de verdade.

Porém o reencontro da família Lee é interrompido pelo barulho de vidro se espatifando, dos móveis caindo e de um grito horroroso vindos dos aposentos do velho Simeon. Todos sobem depressa até o quarto e precisam arrombar a porta, que está trancada. O que eles encontram será algo impossível de esquecer: o velho falecido em meio a muito sangue.

E o que era para ser a oportunidade de reconciliação e perdão dos erros do passado transforma-se em um ambiente pesado e sombrio, não pelo luto mas pelas suspeitas que uns tem contra os outros. Fato é que todos ali tinham motivos para livrar-se do velho que tanto os sufocou e desrespeitou. A sorte (não para o assassino) é que Hercule Poirot está no vilarejo passando o feriado com um amigo e oferece ajuda nas investigações.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Então é Natal... Época de festas, bons momentos, alegrias, perdoar quem nos causou mágoa, é época de renovação, paz, solidariedade. Agora imagine um assassinato na véspera de Natal  e dentro da sua casa cujo criminoso é alguém da sua família. Inimaginável, não? Pois é isso mesmo que Agatha Christie nos apresenta ao escrever esta obra.

Este livro foi escrito especialmente para James, cunhado da Agatha, que criticou-a dizendo que seus crimes estavam ficando cada vez mais refinados. Ele demonstrou o desejo por um assassinato que não deixasse dúvida de ser assassinato. Então, para atender a esse pedido, ela escreveu O Natal de Poirot.

quinta-feira, 17 de março de 2016

{RESENHA} Os Crimes ABC - Agatha Christie

Hercule Poirot recebe uma correspondência cujo remetente provoca-o pondo em duvida os seus méritos como detetive. Nela o sujeito alerta para determinado dia e local insinuando que haverá um crime. Hastings e a polícia acreditam que Poirot está fazendo uma tempestade em um copo d'água, pois quem escreveu a carta não passa de um louco ou de um bêbado aplicando um trote. Mas o conhecimento e a experiência do detetive dizem que há algo errado...

De fato ocorre um assassinato em Andover na data indicada pelo criminoso, a vítima é uma senhora chamada Alice Ascher. Na cena do crime há um guia ferroviário do tipo ABC aberto na página da cidade onde ocorrera a morte.

Foto: Lu Garcia

Após a chegada da segunda carta, Poirot sugere aos investigadores a possibilidade de tanto a vítima quanto o local serem escolhidos de acordo com um sistema alfabético. Pois a segunda vítima fora a jovem Betty Barnard e a terceira fora Sir Carmichael Clarke na cidade de Churston. Em todas as ocasiões havia o mesmo guia ferroviário. No entanto, o que mais intriga o detetive é a falta de motivação aparente para os assassinatos, é a falta de lógica e de sentido naqueles crimes. De certo que a razão não é apenas a questão alfabética... A verdade é que o inimigo conhece os métodos de Poirot enquanto este está jogando no escuro sem saber quem é seu adversário. Será que a astucia do criminosos é maior do que o brilhantismo de Poirot?

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Inusitado como Agatha sempre é! O desfecho final é surreal. Há partes no livro com narrações feitas fora do relato pessoal de Hastings os quais falam sobre as atividade de um homem chamado Alexander Bonaparte Cust. Sacou a jogada?? Será? Você ficaria surpreso!

segunda-feira, 7 de março de 2016

{RESENHA} Assassinato no Campo de Golfe - Agatha Christie

Ultimamente o ex-detetive belga, Hercule Poirot, anda desanimado com os casos aos quais é contratado para resolver, pois não passam de crimes extremamente frívolos. Para ele, não há dúvida que os criminosos de método já não existem mais. No entanto, a sorte vira a favor de Poirot quando, em meio a suas correspondências, encontra um bilhete de um milionário pedindo por socorro havendo indícios de desespero e medo nas palavras do remetente.

Foto: Lu Garcia

Assim que Poirot e Hastings chegam na mansão do Sr. Renauld recebem a notícia de que o homem fora assassinado naquela manhã! A partir do fato, iniciam-se as investigações em torno do ocorrido. Porém essa não será uma tarefa fácil, pois há inúmeras pistas, sendo que algumas foram forjadas e outras apagadas. Além disso, há depoimentos desencontrados, visitas constantes de uma mulher à vitima, uma carta passional no bolso de seu paletó e a recente renovação de seu testamento.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Amo os romances da Agatha e não faço questão de esconder! Os romances dela são escritos em uma linguagem mais formal e até mesmo rebuscada (até pelas circunstâncias da época). Mesmo assim é de fácil compreensão e sempre com finais surpreendentes. Um fato irritante nesse livro são as atitudes românticas de Hastings, pois ele não pode ver uma moça bonita e atraente que fica todo babão... e graças a isso coloca em risco o andamento do inquérito. Outra coisa que me estressa é o fato do rapaz não aprender uma "virgula" com o companheiro... Será que um dia ele aprenderá a exercitar as suas "células cinzentas" como aconselha Poirot??

terça-feira, 1 de março de 2016

{RESENHA} O Misterioso caso de Styles - Agatha Christie

Hastings havia sido liberado das frentes de batalha e ganho um mês de licença para recuperar-se de graves ferimentos adquiridos em confronto, quando é convidado por um velho amigo a passar esse período em Styles. Em determinada noite, Hastings é desperto por Lawrence alertando-o que sua mãe, a rica proprietária da mansão, está tendo um ataque cardíaco em seus aposentos cuja porta está fechada por dentro.

Foto: Lu Garcia

Hastings pede permissão à família para convocar Hercule Poirot, seu amigo detetive, para investigar a morte da mulher no caso de ter sido um crime. Alguns dos interessados são contra e fazem objeções, no entanto, decidem acatar o pedido do hóspede. Essa não será uma tarefa simples para Poirot, pois todos os hóspedes, com exceção do recém chegado Hastings, tinham motivos para assassinar a anfitriã.

Site Oficial da autora aqui.

Minha Percepção - Esse é o primeiro romance policial onde a escritora apresenta ao leitor o excêntrico, metódico e brilhante detetive Hercule Poirot, bem como seus famosos bordões. Além de todo o mistério e intrigas que envolvem esse caso, também é possível "brincar de detetive" e, literalmente, pôr as células cinzentas para funcionar, pois o livro traz um mapa dos aposentos da Sra. Inglethorp para que possamos analisar como alguém entraria no quarto e como sairia antes que todos despertassem em alvoroço.