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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

{RESENHA} As Aventuras de Sherlock Holmes - Arthur Conan Doyle

Um livro, doze histórias e muita análise dedutiva... Este livro é composto por várias narrações (feitas pelo Dr. Watson como de costume) contando os casos mais intrigantes e peculiares do já conhecido detetive londrino. Quem leu O Sinal dos Quatro sabe que o médico agora é casado e não reside mais com Holmes, mesmo assim, sempre reserva tempo para visitá-lo na Baker Street e envolver-se em suas investigações. No entanto, algumas das aventuras remontam de sua época de solteiro, publicadas somente agora por questões de sigilo.

Foto: Lu Garcia

Títulos do romance:

1. Escândalo na Boêmia;
2. A Liga dos Ruivos;
3. Um Caso de Identidade;
4. O Mistério do Vale Boscombe;
5. Os Cinco Caroços de Laranja;
6. O Homem de Lábio Torcido;
7. A Pedra Azul;
8. A Banda Pintada;
9. O Polegar do Engenheiro;
10. O Nobre Solteiro;
11. A Coroa de Berilos;
12. As Faias Roxas.

Nem todas as histórias são sobre crimes ou fatalidades, algumas são um verdadeiro mistério e até mesmo obscuras e inexplicáveis (exceto para Sherlock Holmes que vê tudo com clareza). Mas não pense que o detetive leva a melhor em todas: Watson narra também os raríssimos casos em que o investigador é derrotado, embora tenha desempenhado seu papel com maestria, cujos culpados dos transtornos são tão espertos quanto seu perseguidor e escapam-lhe por entre os dedos.

Minha Percepção - Histórias curtas são sempre agradáveis de ler, pois os acontecimentos não se arrastam por páginas e páginas, são concisas e diretas, não por isso menos intrigantes ou mal estruturadas. Cada um dos contos tem seu inicio, meio e fim, destacam-se pela particularidade, sem se relacionar um com o outro, são alguns dos casos resolvidos por Holmes, selecionados e compilados por Watson.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

{RESENHA} O Sinal dos Quatro - Arthur Conan Doyle

Holmes está sem casos para investigar e esta situação o faz apelar para o uso de cocaína, pois a droga mantém seu cérebro ativo, ignorando qualquer efeito secundário ou prejudicial. No entanto, o tédio dá lugar a agitação ao receber a visita da senhorita Mary Morstan e ouvir a história que a trouxera até a Baker Street. A moça faz a curiosa narração dos fatos: há 10 anos seu pai, o Capitão Morstan, oficial no regimento da Índia, telegrafou avisando-a de seu retorno à Inglaterra sendo que a correspondência fornecia o endereço do hotel em que ficaria hospedado. Mas Mary nunca viu o Capitão, pois ao chegar no local, fora informada de que o homem saíra na noite anterior e ainda não retornara do passeio. De fato, nunca mais voltou... Curiosamente, quatro anos após o desaparecimento  misterioso de seu pai, ela começa a receber uma linda e lustrosa pérola, rara e valiosa. Uma por ano e sempre na mesma data. 

Foto: Lu Garcia

Mary Morstan decide procurar o detetive somente agora (depois de 6 anos recebendo as jóias) porque, neste mesmo dia, chega-lhe uma correspondência (da mesma pessoa misteriosa que envia as pérolas) pedindo por um encontro e avisando que ela foi lesada... Holmes e seu inseparável companheiro, o Dr. Watson, decidem por acompanhar a senhorita naquele encontro às escuras.

Chegando no local, todos são levados a presença de Tadeu Sholto, um homenzinho de aparência pouco agradável. Tadeu narra-lhes uma história, contada por seu pai, o major Sholto (amigo e do mesmo regimento que Morstan), sobre o Tesouro de Agra. Não só isso: conta-lhes o que ocorreu ao capitão há 10 anos e revela que Mary tem direito a metade do tesouro (parte que pertencia ao seu pai). Assim sendo, os quatro se dirigem a Pondicherry Lodge para acertar os detalhes da divisão com Bartolomeu, irmão gêmeo de Tadeu, no entanto, ao chegarem lá percebem que algo está errado... de fato... Bartolomeu Sholto está morto dentro de seus aposentos cuja porta fora fechada por dentro... e o tesouro... sumiu!

Minha Percepção - Já li esta obra mais de três vezes, inclusive sob o título "O Signo dos Quatro", mas confesso que O Sinal dos Quatro soa melhor. Novamente existem segredos (sim mais do que um) a serem desvendados, são histórias particulares que se cruzam em determinado ponto do passado desencadeando acontecimentos sinistros até chegar ao caso da Srta. Morstan. Certamente que todos os fatos orbitam o Tesouro de Agra, sendo que aos poucos o leitor compreende as barbáries cometidas com o propósito de se apropriar do mesmo.

Neste título, o escritor mostra pela primeira vez os talentos de Sherlock Holmes como um exímio ator, sim você leu corretamente! O detetive precisa recorrer a atuação, ou melhor, ao disfarce, isso porque o companheiro publicou o caso de Jefferson Hope (Um Estudo em Vermelho) colocando em foco a competência de Holmes. Em outras palavras, propagou-se a fama do detetive por Londres e, consequentemente, os criminosos ficaram mais atentos...

Clique aqui para ver Um Estudo em Vermelho.

Fora todas as tragédias e fraquezas humanas há espaço para Sir. Arthur dedicar ao amor. Aqui Watson conhece sua futura esposa. Confesso que achei muito rápido o enlace do casal, quero dizer, não acredito (nem confio) em paixões avassaladoras ou à primeira vista... pois são muito irracionais e um tanto irreais. Ora, como poderei amar alguém que mal conheço? Só pela beleza? Então é superficial! Acho que o autor poderia ter ido mais devagar, começando pelos passeios e jantares, antes de se atirar ao matrimônio, este poderia ter ocorrido em outro livro, por exemplo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

{RESENHA} Um Estudo em Vermelho - Arthur Conan Doyle

John Watson, oficial médico do Exército britânico, fora baleado na batalha de Maiwand e, conseguindo permissão do governo para se recuperar, decide ir para Londres onde conhece o incomum Sherlock Holmes, um excelente químico com conhecimentos avançados em anatomia, mesmo que não curse e nem tenha a pretensão de se aperfeiçoar em medicina. A curiosidade de Watson aumenta ainda mais quando muda-se para a famosa rua Baker Street com a finalidade de dividir as despesas com Holmes.

Foto: Lu Garcia

Aos olhos do médico, o companheiro possuí hábitos excêntricos e até mesmo exagerados como, por exemplo, fazer longas caminhadas com o propósito de reconhecer a lama correspondente a cada região da cidade ou permanecer no sofá da sala em silêncio por dias inteiros. Além disso, Holmes recebe constantes visitas  de pessoas de todo tipo e classe social sob o título de clientes... Watson entende a situação quando finalmente descobre que o colega é um detetive-consultor.

O detetive recebe uma correspondência de Gregson, investigador da Scotland Yard, relatando que um cadáver, sem sinais de violência, fora encontrado em uma casa abandonada. Juntos, os companheiros partem em busca de respostas que solucionem o enigma. É com muita inteligência, observação e, principalmente, humor que Sherlock Holmes desata cada nó desta história cujo tem seu inicio fatídico há 20 anos em meio a uma comunidade mórmon.

Minha Percepção - O livro é dividido em duas partes, a primeira conta os infortúnios vividos por Watson na guerra, as circunstâncias que o levam a conhecer Holmes até a apresentação do crime. A segunda parte, inicia em um deserto onde um homem está morrendo de fome e sede junto com uma menininha de 5 anos, os dois são salvos por caravanas de pessoas denominadas os Santos dos Últimos Dias. A única condição para o salvamento é que ambos se convertam a esta religião e nunca desobedeçam as ordens dos Quatro Sagrados, mas o despotismo chega a um ponto insuportável e inaceitável e eles desobedecem... é aqui que começamos a compreender o que motivou o assassinato: uma vingança.

Sou suspeita para falar de romances policiais, como os do Sir. Arthur Conan Doyle e de Agatha Christie, por que simplesmente amo este tipo de literatura e, em especial, estes escritores. Um Estudo em Vermelho já li três vezes... É uma narração gostosa de ler, com ortografia perfeita (tanto que em certas partes preciso passar varias vezes a mesma frase para ter certeza que entendi o que ela diz). O autor apresenta-nos um crime enigmático, aparentemente sem solução e lá vem ele, Sherlock Holmes, esfregar na nossa cara a simplicidade da situação... Falando nisso, adoro as partes em que o Watson fica P*** com o exibicionismo do detetive, aliás o médico e ex-combatente representa todos nós que nunca acertamos quem é o culpado pelo crime... E já estava esquecendo de mencionar que nesta obra  o nome do detetive surge pela primeira vez, um personagem que faria tanto sucesso que superaria a fama de seu criador.