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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

{RESENHA} O Sinal dos Quatro - Arthur Conan Doyle

Holmes está sem casos para investigar e esta situação o faz apelar para o uso de cocaína, pois a droga mantém seu cérebro ativo, ignorando qualquer efeito secundário ou prejudicial. No entanto, o tédio dá lugar a agitação ao receber a visita da senhorita Mary Morstan e ouvir a história que a trouxera até a Baker Street. A moça faz a curiosa narração dos fatos: há 10 anos seu pai, o Capitão Morstan, oficial no regimento da Índia, telegrafou avisando-a de seu retorno à Inglaterra sendo que a correspondência fornecia o endereço do hotel em que ficaria hospedado. Mas Mary nunca viu o Capitão, pois ao chegar no local, fora informada de que o homem saíra na noite anterior e ainda não retornara do passeio. De fato, nunca mais voltou... Curiosamente, quatro anos após o desaparecimento  misterioso de seu pai, ela começa a receber uma linda e lustrosa pérola, rara e valiosa. Uma por ano e sempre na mesma data. 

Foto: Lu Garcia

Mary Morstan decide procurar o detetive somente agora (depois de 6 anos recebendo as jóias) porque, neste mesmo dia, chega-lhe uma correspondência (da mesma pessoa misteriosa que envia as pérolas) pedindo por um encontro e avisando que ela foi lesada... Holmes e seu inseparável companheiro, o Dr. Watson, decidem por acompanhar a senhorita naquele encontro às escuras.

Chegando no local, todos são levados a presença de Tadeu Sholto, um homenzinho de aparência pouco agradável. Tadeu narra-lhes uma história, contada por seu pai, o major Sholto (amigo e do mesmo regimento que Morstan), sobre o Tesouro de Agra. Não só isso: conta-lhes o que ocorreu ao capitão há 10 anos e revela que Mary tem direito a metade do tesouro (parte que pertencia ao seu pai). Assim sendo, os quatro se dirigem a Pondicherry Lodge para acertar os detalhes da divisão com Bartolomeu, irmão gêmeo de Tadeu, no entanto, ao chegarem lá percebem que algo está errado... de fato... Bartolomeu Sholto está morto dentro de seus aposentos cuja porta fora fechada por dentro... e o tesouro... sumiu!

Minha Percepção - Já li esta obra mais de três vezes, inclusive sob o título "O Signo dos Quatro", mas confesso que O Sinal dos Quatro soa melhor. Novamente existem segredos (sim mais do que um) a serem desvendados, são histórias particulares que se cruzam em determinado ponto do passado desencadeando acontecimentos sinistros até chegar ao caso da Srta. Morstan. Certamente que todos os fatos orbitam o Tesouro de Agra, sendo que aos poucos o leitor compreende as barbáries cometidas com o propósito de se apropriar do mesmo.

Neste título, o escritor mostra pela primeira vez os talentos de Sherlock Holmes como um exímio ator, sim você leu corretamente! O detetive precisa recorrer a atuação, ou melhor, ao disfarce, isso porque o companheiro publicou o caso de Jefferson Hope (Um Estudo em Vermelho) colocando em foco a competência de Holmes. Em outras palavras, propagou-se a fama do detetive por Londres e, consequentemente, os criminosos ficaram mais atentos...

Clique aqui para ver Um Estudo em Vermelho.

Fora todas as tragédias e fraquezas humanas há espaço para Sir. Arthur dedicar ao amor. Aqui Watson conhece sua futura esposa. Confesso que achei muito rápido o enlace do casal, quero dizer, não acredito (nem confio) em paixões avassaladoras ou à primeira vista... pois são muito irracionais e um tanto irreais. Ora, como poderei amar alguém que mal conheço? Só pela beleza? Então é superficial! Acho que o autor poderia ter ido mais devagar, começando pelos passeios e jantares, antes de se atirar ao matrimônio, este poderia ter ocorrido em outro livro, por exemplo.

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