Páginas

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

{RESENHA} Cidade dos Etéreos - Ransom Riggs

As crianças conseguem escapar dos acólitos e derrotar o Etéreo que os perseguia e são obrigadas a abandonar a ilha, mais precisamente eles deixam a Fenda Temporal, que se fechará automaticamente. Pelo menos conseguiram resgatar a sua Ymbryne. O estranho, no entanto, é que a Srta Peregrine não consegue reassumir sua forma humana. Somente quem poderá resolver este mistério é outra Ymbryne, o impasse é que todas, em princípio, foram sequestradas pelos acólitos e as crianças não sabem se conseguirão encontrar outra Fenda e outra ave que possa ajudá-los.

Foto: Lu Garcia

Etéreos são monstros cheios de tentáculos na boca que se alimentam da alma dos Peculiares, quando eles consomem o bastante, "evoluem" transformando-se em acólitos, estes são muito parecidos conosco não fosse o fato de seus olhos não possuírem pupilas. Por isso eles usam óculos escuros ou lentes de contato para circularem livremente entre os humanos sem levantar suspeitas. Já as Ymbrynes são mulheres peculiares que tem o dom de assumir a forma de um pássaro e manipular o tempo, são elas que criam as Fendas Temporais. As Fendas são um local protegido onde Etéreos não conseguem penetrar, é uma data que se repete infinitamente.

Agora que eles não se encontram dentro de uma Fenda, pois os acólitos descobriram sua localização e, portanto, não é mais segura, as crianças passam a envelhecer normalmente, com exceção de Jacob que é, pode-se dizer, do futuro já que estão em 1940. Isso não é um problema obviamente, porque é o ano normal da existência daquelas crianças que conviveram com o velho Abe. O principal desafio é se manter vivo, despistando os acólitos que querem a sua matriarca para por em ação algum plano macabro. Se conseguirem sobreviver, o próximo passo é conseguir ajuda para trazer a Stra. Peregrine de volta.

Uma pista inesperada os leva a uma Fenda onde habitam animais Peculiares, sua Ymbryne é a Stra. Wren, isso reaviva as esperanças dos órfãos, no entanto a matriarca está desaparecida. Desse modo, a turma precisará enfrentar os perigos da viagem entre Fendas, não somente porque os acólitos as descobriram e invadiram, mas porque dependendo da data desta Fenda, eles podem envelhecer de uma única vez todos os anos que não envelheceram, o que pode significar a morte.

Minha Percepção - Este é o segundo volume da série sobre o Lar da Senhorita Peregrine, o qual inicia no ponto em que o primeiro livro acaba (curiosa essa forma de escrever), ou seja, na fuga das crianças da ilha. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira a narração sobre as dificuldades em alto mar, a perseguição pelos malfeitores e os perigos de andar em um país em guera, sem contar que não passam de crianças. Já na segunda parte, há a preocupação com o estado de saúde da Srta Pergrine, pois se ela ficar muito tempo transformada em ave, acabará por se tornar uma de fato, sem a consciência que a faz humana, mesmo que peculiar. De novo, este título "acaba sem acabar", seu fim não é o fim, quero dizer, termina em um ponto critico da trama. Bendita a hora que comprei todos os volumes juntos, assim pude ler um seguido do outro sem pausa...

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

{RESENHA} O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares - Ransom Riggs

Jacob Portman cresceu ouvindo as fantásticas histórias contadas por seu avô, Abraham, as quais o velho dizia serem verdadeiras e que ele próprio as experienciara quando criança; Incluindo os monstros horrorosos cheios de tentáculos na boca que o perseguiam e que ele derrotara. Segundo o avô, tudo ocorrera na época em que ele viveu em um orfanato onde havia uma tutora, a Stra Peregrine, que protegia as crianças acolhidas, essas crianças em questão eram peculiares, isto é, nasceram com dons especiais como levitar, produzir fogo, mover objetos, et cetera. Abe mostrava fotos ao neto que comprovavam os fatos.

Foto: Lu Garcia

O menino sempre invejara o passado incrível do avô, principalmente quando comparava com sua vida tediosa e medíocre, pois além de não ter amigos (Ricky o era por conveniências) ele ainda precisava trabalhar na Smart Aid, a rede de farmácias da família. No entanto, com o passar do tempo, Jacob compreendeu que as narrações do avô não passavam de enfeites para maquiar seu verdadeiro passado: o lar das crianças envolto em magia era apenas um orfanato que recebia crianças cujos pais haviam morrido na guerra, onde os monstros eram os nazistas. Logicamente, o garoto sente-se envergonhado por invejar algo tão terrível e triste por ver a decadência do homem que tanto admirava, o qual estava dia a dia mais senil, pois ele insistia veementemente que os monstros haviam lhe encontrado e que corria risco de vida.

Em um ímpeto, Abe se embrenha em uma floresta e é encontrado gravemente ferido pelo neto. Tudo indica que um cão selvagem o atacara. Em seus últimos momentos de consciência, o velho implora para que Jacob vá se refugiar na ilha de Cairnholm, País de Gales, onde fica o orfanato, pois somente lá ele estará a salvo. Mas sua segurança somente será efetiva se ele "encontrar a ave, na fenda, do outro lado do túmulo do velho; três de setembro de 1940".

Minha Percepção - O Lar da Stra. Peregrine  para Crianças Peculiares é o primeiro volume da trilogia de estréia de Ransom Riggs. Com certeza tem um enredo muito criativo, cheio de reviravoltas e mistério. O livro não tem um fim, propriamente dito, ficando claro que há continuação, pois os problemas nem foram elucidados e ele termina. Ou seja, os três títulos poderiam muito bem serem impressos em um único volume (até me lembrou os filmes de O Senhor dos Anéis). Mas isso não é nenhum problema, desde que já tenhamos os próximos para emendar a leitura. Outra curiosidade na obra de Riggs é a coleção de fotografias antigas distribuída pelos livros, isso torna a trama mais verossímil, por assim dizer. Algumas fotos são muito estranhas! Outras causam arrepios... Achei fantástica essa ideia do autor, salientando que são imagens reais com nenhuma ou com sutis edições.

Ao final da narração há uma entrevista feita pelo diretor de criação da Quirk Books, Jason Rekulak, onde o autor conta sobre este seu primeiro romance.